CONFERÊNCIA DE ABERTURA
10/04 - 19h
Local: Auditório 1 (IFCH/Unicamp)
Coordenação:
Carlo Severi (EHESS/Paris)
Amazonian Iconographies: Images as sounds and ritual action
Mesa 1 - Políticas e poéticas das imagens
10/04 - 9h30
Local: Auditório 1 (IFCH/Unicamp)
Esta mesa tem por proposta tencionar a ideia da imagem como representação do mundo procurando trazer para a discussão as relações possíveis entre arte e antropologia. Uma das possibilidades desse movimento está na ideia de “eficácia estética” de Rancière. Para o autor, essa eficácia estética se estabeleceria por meio da suspensão dos fins representativos. (Rancière, 2012). As imagens não seriam políticas por terem uma mensagem política ou por ter um efeito pedagógico, mas por ter a potência de construir e reconfigurar regimes de visibilidade e ordens discursivas. Seriam políticas por serem provocadoras de novas poéticas. Poéticas que podem provocar novas formas de partilha do sensível, estranhamentos e distanciamentos da ideia de representatividade, por exemplo, rompendo a evidência sensível que naturaliza o lugar das coisas. A arte e a antropologia são eficazes esteticamente e politicamente, então, não por militar causas mas por mobilizar um conjunto complexo de relações. Assim como Rancière (2009) sonha com uma “arte relacional” que não busca criar obras, mas situações e relações, nós sonhamos com uma antropologia que se construa nas relações que mobiliza e nos conhecimentos que compartilha.
Coordenação:
Andréa Barbosa (VISURB/UNIFESP)
Fotografias da tragédia de Mariana: experimentações de restituição
Marcela Vasco (UNICAMP)
Foto.grafica.mente: diálogos possíveis entre a antropologia, a fotografia e a saúde mental
Bárbara Copque (UERJ)
Guerra estereoscópica: plástica da vigilância
Gavin Adams (USP)
Mesa 2 - Precisa escrever? Ou basta desenhar? Antropologia e suas grafias.
10/04 - 14h30
Local: Auditório 1 (IFCH/Unicamp)
"Resistir às oposições”, recomenda Derrida em sua Gramatologia. Como, por exemplo, entre o sensível e o inteligível, entre a ideia e a coisa, entre o signo e símbolo, entre o interno e o externo. Muitas outras dicotomias foram desconstruídas para descomprimir a multiplicidade. Inclusive, do ponto de vista pelo qual as disciplinas foram consideradas. Também deste ponto de vista, o das relações entre as disciplinas distintas, ou entre áreas distintas de uma disciplina, estas diriam menos de unidades em oposições, e sim de um padrão de relação fractal, como lembra Strathern: So these divisions and interactions cannot be encompassed within any simple binarism.(Strathern, M. 2014) O que poderia ser dito também para os meios e modos de grafia antropológicos. O que faz o antropólogo? Escreve? Não apenas, pois anota, fotografa, filma, tece, escreve e desenha. Assim, enquanto buscava um caráter efetivamente científico para a antropologia, Boas considerava que o desenho era o aliado da inscrição antropológica e que a fotografia seria subjetiva, inversamente ao que então outros a consideravam e com a mesma intenção, a de que fornecia um registro objetivo e científico. Ora, é preciso desconfiar dos atributos que são descolados de suas relações, somos muitas vezes lembrados. Desconfiemos então do suposto da frase com que nos defrontamos inúmeras vezes: “Entendeu, ou quer que desenhe”? O suposto da hierarquia entre a escrita e o desenho, o último sendo desvalorizado porque seria um meio simplificador e facilitador para o entendimento. Não é o que dirá Taussig (Taussig, M, 2015) ao recuperar os seus desenhos no trabalho de campo.
Coordenação:
Suely Kofes (LA' GRIMA / UNICAMP)
Desenhar em campo: ou como os Huni Kuin me ensinaram sua ontologia da imagem, da percepção e do conhecimento
Els Lagrou (UFRJ)
Desenhos revelam o que o silenciamento oculta
Ana Niemeyer (UNICAMP)
Desenho em Antropologia
Aina Azevedo
Esboços, rabiscos e imaginação etnográfica: uma perspectiva crítica sobre imagens no trabalho de Curt Nimuendaju
Christiano Key Tambascia (UNICAMP)
ABERTURA DE EXPOSIÇÃO
CONFIDÊNCIAS DAS IMAGENS NA ANTROPOLOGIA: modos de ver, pensar e interrogar.
10/04 - 18h
Local: Biblioteca Octávio Ianni (IFCH-Unicamp)
Coordenação:
Fabiana Bruno (LA'GRIMA/Unicamp)
Mais informações disponíveis no link: Exposição.
Mesa 3 - As formas do sensível e o conhecimento antropológico
11/04 - 9h30
Local: Auditório 1 (IFCH/Unicamp)
A produção e reflexão sobre e com imagens, envolve desde seus diferentes campos, como por exemplo o cinema, a fotografia e a arte, mas igualmente outras formas expressivas, performáticas e experimentais, impactando de forma decisiva as formas de pensar a prática antropológica. Novas questões epistemológicas são introduzidas pelo impacto e diferentes possibilidades oferecidas por essas formas do sensível. Se o ponto de partida são imagens, sejam elas materiais, mentais ou imaginadas, em seus diferentes suportes e associadas a diferentes dinâmicas históricas e sociais, temos que quando imagens tão diversas são colocadas em relação, por meio de diferentes experimentos, podemos modificar sua configuração, estabelecer novas constelações e novos caminhos do pensamento. Essa reconfiguração permite que as imagens “tomem posição”, para usar uma expressão cara a Didi-Huberman, proporcionando uma “legibilidade” que potencializa o fragmentário, o segmentado, o rastro e seus indícios independente da possibilidade de se inventariar, classificar, criar organizações definitivas, catálogos exaustivos para repertórios que resistem a serem submetidos a esses processos.
Coordenação:
Edgar Teodoro da Cunha (NAIP/UNESP)
O sorriso de Nanook: o sensível e o inteligível no cinema etnográfico de Robert Flaherty
Marco Antonio Gonçalves (UFRJ)
“Você não viu?”: Estórias sobre o que se vê, imagens do que não se vê
Vânia Zikán Cardoso (UFSC)
Quando a roda acontece: o audiovisual como tradução da experiência na performance musical participativa
Alice Villela (USP) e Hidalgo Romero (UNICAMP)
Mesa 4 - Imagens e suas aparições – descortinando o implícito e o invisível
11/04 - 14h30
Local: Auditório 1 (IFCH/Unicamp)
A incompletude é uma característica de todas as fotografias. É como se o invisível as rondasse. A partir do fragmento selecionado para a foto, tudo o mais fica fora dela. Por outro lado, é a partir daquilo que vemos em uma imagem que evocamos o que nela não está. São vários os tempos que se inscrevem na fotografia. O momento/tempo cronológico de sua captação pelo fotógrafo, o momento daquele que a observa, os vários momentos que ela evoca no observador e que se mesclam ao tempo do imaginário. O presente da fotografia traz, assim, a marca de múltiplos passados. A imagem tem esse poder de condensar memória, sentimentos, passado e futuro simultaneamente. É essa operação de percepção visual da imagem, o próprio ato do olhar, que aciona operações mentais ligadas à memória, sentimentos e igualmente conhecimento. A fotografia pode promover uma espécie de dramatização da vida social - fotos de casamento, do álbum da família, do nascimento e crescimento das crianças, da participação nas festas de Carnaval; promove também a dramatização da vida política, como as fotos de guerra, de autoritarismo, de opressão. A fotografia presta-se igualmente a processos de identificação, fixação e disseminação de estereótipos relativos a especificidades culturais locais ou regionais. O tempo na fotografia, nesse sentido, ultrapassa seu tempo inicial de captura e se prolonga pelos tempos vindouros de quem a observa. A foto age na medida em que dá a ver, por mecanismos de projeção, aquilo que nela, para o espectador, é implícito mas invisível. Sabemos que todo ato de olhar parte de convenções culturalmente estabelecidas. Nesse sentido, fotos e ensaios etnográficos podem mobilizar um saber adquirido e permitir novos olhares e novos conhecimentos. O objetivo dessa mesa é discutir essas questões tanto em termos metodológicos, em situação de pesquisa, como em termos de produção de imagens que permitam desvelar o implícito e o invisível nas temáticas que pesquisamos.
Coordenação:
Sylvia Caiuby Novaes (GRAVI/USP)
Ricardo Rangel e a fotografia moçambicana: memórias do passado, histórias do presente
Bruna Triana (USP)
Aparições e deslocamentos: atos de olhar, evocar e pensar a imagem na antropologia
Fabiana Bruno (UNICAMP)
Os olhos do morto: verdade e imaginação na fotopintura
Ewelter Rocha (UECE)
Outras visões, novas imagens
Rafael Hupsel (USP)
OFICINA
DESENHAR COMO HABILIDADE ANTROPOLÓGICA?
11/04 - 18h
Local: Sala de Projeção (IFCH/Unicamp)
Coordenação:
Aina Azevedo (DCS-UFPB)
"Nas anotações de campo, nos textos antropológicos, o desenho compõe com a escrita uma grafia. Mas, estamos sempre ouvindo de muitos antropólogos o desabafo de que não sabem desenhar. Transformar este desabafo em um desafio é um dos objetivos desta breve oficina que irá contar com alguns exercícios de desenho".
20 vagas
MESA 5 - Outras imagens
12/04 - 9h30
Local: Auditório 1 (IFCH/Unicamp)
A clássica controvérsia sobre o caráter visual, sensorial, ou mental da imagem não pede resolução, mas nos estimula a explorar os sentidos que ela sugere às pesquisas e reflexões atuais, e é este o objetivo principal desta mesa.
Coordenação:
Magda Ribeiro (LISA/USP)
Imagem, eliciação e analogia em Roy Wagner
Iracema Dulley (CEPRAB)
Do tempo futuro nas imagens técnicas
Oscar Guarin (SENSOLAB. Universidad Javeriana, Colombia)
Quimeras, fotos e selfies em movimento: a produção de imagens com um artista congolês em São Paulo
Rose Satiko G. Hikiji (USP) e Jasper Chalcraft (Instituto Europeo, Itália)
MESA 6 - Imagens e regimes de visualidade
12/04 - 14h30
Local: Auditório 1 (IFCH/Unicamp)
Esta mesa se propõe a pensar nos afetos e efeitos das imagens na pesquisa antropológica, percorrendo experimentações visuais como estratégias para compor outras maneiras de ver e narrar/contar. Assim, os autores trazem diferentes materiais de campo, como arquivos, filmes, fotografias, desenhos, rendas, em uma discussão sobre o potencial das imagens como formas de inscrição e expressão.
Coordenação:
Mariana Petroni (IHL – Instituto de Humanidades e Letras UNILAB) e Daniela Feriani (La’grima, Unicamp)
Encontros fotográficos e suas imagens, entre efeitos e afetos
Rafael Franklin Almeida Bezzon (NAIP-UNESP)
“Desenho feio” na obra do quadrinista Gabriel Góes
Renan Bergo da Silva (NAIP-UNESP)
O visível e o invisível da imagem: operando regimes de visibilidade
Rodrigo F. Baroni (VISURB-UNIFESP)
Antropologia em movimento: mulheres, espaço e deslocamento no cinema como lugar etnográfico
Janaína Sant´Ana de Andrade (VISURB-UNIFESP)
Experimentações Visuais ou a imagem como outra forma de conhecimento
Alexsânder Nakaóka Elias (LA'GRIMA-UNICAMP)
Seguindo os materiais na manufatura das rendas de bilros
Ana Carolina Campos Almeida (LA'GRIMA-UNICAMP)
MOSTRA DE FILMES
12/04 - 18h
Local: Auditório I (IFCH/Unicamp)
Coordenação:
Alice Villela (LISA/USP)
Mais informações disponíveis no link: Mostra de Filmes.